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A ARTE DE ASSISTIR TELEVISÃO: HOMOGENEIZAÇÃO OU RESISTÊNCIA CULTURAL?

Laura Duarte Marinoski and Denise Rosana da Silva Moraes

Contribuciones a las Ciencias Sociales, 2017, issue 2017-01

Abstract: É inegável que o mundo vem sendo transformado pelas tecnologias, mais precisamente, a partir do século XIX, com a Revolução Industrial, em que as mídias se acentuaram no cotidiano, intervindo de maneira direta na sociedade. Esse veículo, a mídia televisiva, tem possibilitado mudanças significativas nos padrões de vida, pois reestruturaram poderosamente as formas de acesso à informação e à comunicação com outras pessoas, ou seja, uma nova esfera pública, agora informatizada. Neste artigo, o objeto será a mídia televisiva, tendo em vista o grande alcance que essa mídia tem sobre a população, e o capital simbólico do qual é dotada, a ponto de tornar-se autoridade em muitos assuntos. Nesse contexto destaca a cultura da comunicação como um campo de forças com relações antagônicas, no sentido de luta para transformar ou conservar a realidade. Assim, é fundamental, tendo em vista a repercussão dessa mídia, compreendê-la nesta ampla gama de cenários que está em curso, tendências e lutas sociais que são apresentadas e que assumem movimentos distintos na recepção e apropriação dos seus telespectadores, pois as maneiras complexas pelas quais os produtos da mídia são recebidos pelos indivíduos, estão diretamente submetidas ao tecido cultural da vida cotidiana. Conforme expõe Cevasco (2003) na obra Culture and Society, Williams estabelece como uma nova maneira de intervir na sociedade as realizações da classe trabalhadora: os sindicatos, os partidos políticos, a luta pelo socialismo. Enquanto o da classe vigente é o individualismo rentista, o modo de vida expresso por essas instituições está baseado na coletividade, na solidariedade, em que as melhorias sociais podem ser vistas como sinônimo de desenvolvimento humano por abarcar os interesses de uma parte substanciosa da população, com vistas à abolição das classes sociais, diluídas em humanidades. Dessa forma, alicerçada no campo teórico dos Estudos Culturais, por meio de revisão bibliográfica, esta investigação, objetiva problematizar a recepção e apropriação das mensagens desta mídia. Assim, indaga: a arte de assistir televisão pode resultar em homogeneização ou resistência cultural? Neste escopo analisa o movimento cultural que a televisão privilegia, seus porta vozes, e consequentemente, sua significância à manutenção das relações vigentes ou a revolução da ordem estabelecida. A cultura, na sociedade moderna, está sendo mais explorada, as fronteiras antes insuperáveis são transgredidas, as possibilidades de encontro entre grupos são maiores, a televisão demonstra isso. Portanto, urge a necessidade de reflexão a respeito dos movimentos de recepção e apropriação dos conteúdos apresentados pela televisão, a fim de provocar movimentos que propiciem a crítica e com isso construam saberes. Romper com as intenções lucrativas que muitos administradores da mídia TV buscam, é propiciar brechas para a revolução cultural, pois enquanto receptores potencialmente críticos, pode-se ao problematizar a tela, contribuir para expor suas fissuras, e incoerências, com isso não colaborar com sua intencionalidade capital. Considera que os receptores, as chamadas massas, intervém e contribuem na sociedade a partir dos conteúdos veiculados, durante o processo comunicativo; que mesmo a mídia televisão sendo altamente ideológica, por suas fendas, na programação, passam possibilidades de análises e desvelamentos, e aí pode se dar a revolução.

Keywords: Comunicação; Cultura; Estudos Culturais; Mídia TV; Recepção. (search for similar items in EconPapers)
Date: 2017
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