Nem Toda Desindustrialização é Igual: Por Que a Composição Setorial da Manufatura Importa?
Paulo César Morceiro,
Milene Simone Tessarin and
André Nassif
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Paulo César Morceiro: SARChI-ID – University of Johannesburg
Milene Simone Tessarin: Joint Research Centre, European Commission
André Nassif: Departamento de Economia, Universidade Federal Fluminense
No 13-2025, TD NEREUS from Núcleo de Economia Regional e Urbana da Universidade de São Paulo (NEREUS)
Abstract:
Este estudo apresenta séries inéditas sobre a participação de doze setores manufatureiros e três grupos por intensidade tecnológica no emprego total, entre 1985 e 2022 (um período de 38 anos) no Brasil – um país em desenvolvimento economicamente relevante, que passou por acelerado e intenso processo de desindustrialização prematura nas últimas quatro décadas. Em vez de nos restringir à análise da desindustrialização com base nas mudanças ocorridas na participação do setor manufatureiro ao nível agregado, nossa principal contribuição é a formulação de um arcabouço analítico – que pode ser aplicado aos demais países em desenvolvimento – para qualificar a trajetória setorial da desindustrialização como normal (“natural”) ou prematura. Mostramos, também, que nem toda desindustrialização é idêntica – seja entre países ou entre setores dentro de um mesmo país – e que a composição setorial da manufatura é crucial para avaliar a qualidade da (des)industrialização. Nossos resultados mostram que, embora a economia brasileira como um todo tenha se desindustrializado de forma prematura, nem todos os setores seguiram esse padrão. O Brasil alcançou um grau significativo de maturidade em alguns setores de baixa tecnologia, os quais se desindustrializaram normalmente conforme o padrão esperado. Já os setores de maior intensidade tecnológica apresentaram um nível de prematuridade muito superior ao da desindustrialização agregada, o que compromete as perspectivas de avanço em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), de fortalecimento do Sistema Nacional de Inovação (SNI) e, dado seu peculiar potencial difusor de progresso técnico, de sustentação do desenvolvimento econômico do país. A principal implicação de economia política é que as políticas industriais devem ser específicas por segmento industrial e adequadas ao contexto temporal, em vez de se concentrarem apenas na indústria como um todo.
Keywords: desindustrialização; desindustrialização prematura; emprego industrial relativo; heterogeneidade setorial; Brasil (search for similar items in EconPapers)
JEL-codes: J21 L16 L6 O14 (search for similar items in EconPapers)
Pages: 26
Date: 2025
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