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Representação e confinação de estruturas sociais na Guiné-Bissau: uma abordagem sobre conflitos e consensos

João Ribeiro Butiam Có ()

No wp112010, Working Papers from SOCIUS, Research Centre in Economic and Organisational Sociology at the School of Economics and Management (ISEG) of the University of Lisbon

Abstract: O presente contributo, intitulado “representação e confinação de estruturas sociais guineenses”, pretende contribuir para a compreensão, ainda que preliminar, da forma como as solidariedades mecânicas entre os diferentes grupos étnicos e sociais, bem como os jogos políticos e ideológicos, contribuem para consensos e conflitos na Guiné-Bissau. A história da formação das diferentes estruturas sociais, que constituem o espaço territorial guineense, testemunha guerras e conquistas, mas também algumas experiências de harmonização e de osmoses socioculturais. A propensão para conflitos e crispação entre diferentes estruturas, em detrimento das tradicionais experiências de consensos e harmonização, tem crescido desde o período da independência, sendo um dos obstáculos ao exercício democrático e construção da Nação guineense. À luz de uma perspectiva histórica e sociológica, o nosso contributo exprime-se na análise do papel das diferentes estruturas étnicas, sociais e políticas na construção do estado/nação guineense, através de consensos partilhados, bem como dos conflitos e divergências de perspectivas e de interesses. Com efeito, as divergências e a propensão para conflitos, entre diferentes estruturas da vida social guineense, não podem ser consideradas apenas como consequência da diferenciação étnica por si, mas também de dimensões socioculturais e socioeconómicas, sendo ainda instrumentalizadas pela tipologia do exercício do poder do Estado moderno guineense. A política colonial, que tanto contribui para o surgimento e melhor enquadramento da estrutura social do assimilado (em maior parte os crioulos), em detrimento do indígena, representa o mote para a diferenciação, bem como para o conflito, no tecido social guineense. Após a independência, a construção de uma nação que permitisse a participação de diferentes estruturas étnicas, sociais e políticas no processo de desenvolvimento testemunhou contrariedades. A própria ideologia da luta de libertação nacional — que tanto contribui para a mobilização e unificação momentânea dos guineenses —, nunca foi uma prioridade na governação do Estado moderno guineense. É no contexto desta preocupação que pretendemos dar um contributo académico, numa perspectiva sociológica, procurando testemunhar fragmentos de consensos e de conflitos, nas suas formas de representação e nas regularidades entre as diferentes estruturas sociais (e no interior delas), a partir das dificuldades na construção do Estado moderno guineense.

Keywords: conflito; consenso; confinação de estrutura; etnia; estado; nação (search for similar items in EconPapers)
Date: 2010-11
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