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Macapá (Brasil) e aqui (Moçambique) sob sombras de equinócios e solstícios

Carlitos Luís Sitoie, Therezinha de Jesus Pinto Fraxe and Amélia Regina Batista Nogueira

Contribuciones a las Ciencias Sociales, 2018, issue 2018-06

Abstract: A leitura e interpretação das sombras para organizar estruturas do cotidiano foi sempre uma das maiores preocupações das sociedades humanas. Isso porque elas proporcionam conforto térmico, melhoram a qualidade da carne na produção animal e por serem utilizadas na produção de cultivares com baixo fotoperiodismo. Na arquitetura, medicina, filosofia, geografia, matemática, física, desenho, arte, dentre outras áreas de saber escolar, ocupam lugar de destaque sendo matérias de conteúdos programáticos de ensino-aprendizagem. Conhecimentos sobre o formato esférico da Terra tiveram seus pressupostos na percepção de sombras, sendo que, ainda na atualidade muitos povos utilizam esses fenômenos para orientação de fachadas de sombreamento na construção de suas moradias. São também utilizadas para o traçado de rumos e azimutes nas trilhas de caminhadas, na determinação de distâncias a partir de numeração delas ao longo do percurso, são usadas também, para produção de calendários ou ciclos anuais, entre outras. A pesquisa analisou como os moradores da cidade de Macapá, estado do Amapá no Brasil e do Povoado de Aqui no distrito de Massinga província de Inhambane em Moçambique, percebem e utilizam suas experiências de vida para aproveitamento das sombras. Procurando semelhanças e diferenças que refletem particularidades socioambientais dos lugares escolhidos para estudo. O momento marcante da trajetória das sombras corresponde ao instante em que os objetos e coisas se sobrepõem a elas, na fase denominada equinócio, acontecendo na cidade de Macapá duas vezes por ano (março e setembro) e no solstício de dezembro no povoado de Aqui, ocorrendo uma vez por ano. A metodologia de pesquisa baseou-se na revisão bibliográfica e trabalho de campo, numa abordagem teórica conjugada entre o paradigma ecológico do pensamento antropológico de Ingold, com as observações e entrevistas aos sujeitos sociais. Em Macapá, as entrevistas foram feitas durante os equinócios envolvendo os moradores participantes no ritual de passagem do sol pelo obelisco do monumento Marco Zero. Já no povoado de Aqui, priorizaram-se reuniões na sede do povoado, com os madoda ou anciãos. O estudo aponta que, a organização socioambiental na cidade de Macapá obedece aos equinócios das águas e das secas. Enquanto que a percepção das sombras dos moradores de Aqui está impregnada de conceitos relacionados com a floração, abscisão foliar, astronomia de posição, relógio solar, foto periodismo e estabelecimento de estações do ano, permitindo elaboração de calendários ou ciclos naturais baseados na mobilidade de sombras para a prática de diversas atividades.

Keywords: Solstício-Equinócios; Sombreamento; Experiências de vida; Macapá-BR; Povoado de Aqui-MZ. (search for similar items in EconPapers)
Date: 2018
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