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Os impactos socioeconômicos do turismo em Santo Antônio, Queimada dos Britos e Atins – comunidades do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses

Laís Antunes Furtado and Elizabeth Kyoko Wada

Turismo y Desarrollo Local, 2018, issue 25

Abstract: O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses é uma Unidade de Conservação sob administração do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, ICMBio, localizado na costa leste do estado do Maranhão. No perímetro preservado encontram-se diversas comunidades rurais que se estabeleceram ali às margens de seus rios, praias e até mesmo em clareiras nos campos de dunas. Regiões de áreas protegidas e de belezas naturais incomuns tendem a atrair visitantes e no PNLM o turismo é considerado hoje a principal atividade econômica dentre seus municípios e povoados. Dentre impactos positivos e negativos, inerentes da atividade, estudiosos e autoridades internacionais acreditam que o turismo, quando implantado de forma sustentável e integrada, pode estabelecer um papel bastante importante no que se diz respeito ao crescimento econômico, o que pode resultar na redução de níveis de pobreza nessas comunidades. Fez-se pertinente então verificar a validade dessa função do turismo em comunidades do PNLM. Santo Antônio, Queimada dos Britos e Atins foram as comunidades objeto de estudo desta pesquisa, analisadas a partir de um estudo de caso múltiplo, pesquisa empírica e de caráter exploratório e qualitativo. Para fundamentação teórica os temas abordados foram: hospitalidade, serviços, stakeholders, turismo e próprio Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. Até 2004 não havia circulação de moeda no povoado de Queimada dos Britos. O comércio funcionava através do escambo, ou seja, residentes de outros povoados vinham até a Queimada para fazer a troca de alimentos como arroz ou farinha pelo peixe pescado no local. Santo Antônio e Atins viveram a mesma realidade, porém mudanças ocorreram durante os últimos vinte anos. Em Santo Antônio e na Queimada dos Britos, todos os serviços turísticos prestados nas comunidades, são praticados pelos nativos, preservando não somente a economia, mas a identidade e o senso de orgulho da cultura e da capacidade de cativar visitantes. No Atins, estimasse que a população atual seja 50% nativos e 50% estrangeiros, que compram terras de locais e estabelecem residência no povoado e passam a empreender ali. Os nativos entendem que essa é uma oportunidade de melhorar a vida deles e não hesitam em vender suas terras. No entanto, estes que partem, em determinado momento retornam, incapacitados de se adaptarem à diferentes regiões; no retorno, tampouco podem estabelecer moradia no Atins novamente, devido ao mercado imobiliário e o custo de vida inflados. Membros das comunidades se sentem extremamente inseridos no contexto turístico e não se sentem afetados pela presença de não-nativos, pois entendem que, sem esses investidores, atividades turísticas não existiriam e as comunidades nunca teriam novas oportunidades além da pesca e agricultura. Esse encantamento com os benefícios econômicos do turismo pode, no entanto, mascarar os impactos negativos. Na comunidade de Santo Antônio, foi apontado que casos de doenças sexualmente transmissíveis, anteriormente desconhecidas na região, emergiram com o aumento do fluxo de turistas e no Atins, há casos de brigas corporais entre nativos e certo empreendedor estrangeiro que se recusou a receber locais em seu estabelecimento e acabou sofrendo retaliação de um grupo de membros da comunidade.

Keywords: Hospitalidade; Serviços; Stakeholders; Turismo; Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (PNLM). (search for similar items in EconPapers)
Date: 2018
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